Cada novela tem o seu vilão, certo? Errado! As de Manoel Carlos não. Em Viver a Vida, por exemplo. Existem os galãs, como Thiago Lacerda, Rodrigo Hilbert, Mateus Solano e o Zé Mayer pra quem gosta dos mais maduros. As mocinhas também estão presentes, na pele de Aline Moraes, Thaís Araújo... Daí vem o núcleo pobre da novela, como em todas as outras. No caso de Viver a Vida, é a favela onde mora a Sandrinha. A parte cômica fica por conta de Camila Morgado, interpretando a jornalista “piriguete”, como costumo me referir ao papel da apresentadora do boletim econômico, Malu. (Pra mim é a melhor parte da novela).
Mas e o vilão? Ou a vilã? Não tem! Em A Favorita, sentíamos ódio de Flora, personagem vivida por Patrícia Pillar. Em Caminho das Índias, Irene, interpretada por Letícia Sabatella. Definitivamente, todos em Viver a Vida e em outras novelas do Maneco, como é chamado pelos mais íntimos, são pessoas “boas”, humanas. Aliás, até demais. Traição, adultério, são coisas normais para os personagens da dramaturgia. Impressiona-me como a situação é abordada com tanta naturalidade nesta novela.
A trama tenta, mas passa muito distante do que as pessoas vivem na realidade. Para Maneco, nada é errado, tudo é uma busca da felicidade. Se você não está feliz com seu marido e tem um bonitão te dando mole, dá um pé na bunda dele e entregue-se a esse novo "amor". Não é pecado, não é errado. É uma forma de viver a vida!
Ai ai, viu...